Este é o número de empregos que as empresas suíças suprimiram em todo o mundo em apenas 100 dias. Deste total, 5047 foram na Suiça.
Ontem foi divulgado no jornal 20 minutos que a Bobst dispensa 420 trabalhadores.
Hoje o mesmo jornal refere que os abrigos sociais, destinados a indivíduos que fazem o pedido de asilo e sem abrigo estão repletos de portugueses, espanhóis e tunisinos que mesmo sem emprego ou casa tentam a sua sorte na Suiça.
Uma lista dos tubarões
Alpiq 450
Bobst 420
Swiss Federal Railways Cargo 200
Credit Suisse 3500
EFG International 250
Huntsman 580
Jet Aviation 300
Julius Bär 150
Kudelski 270
Novartis 2000
Schindler 1800
SR Technics 250
Swissmetal 180
Swissprinters 247
UBS 3500
2012 será um ano de recessão. O franco forte está a provocar a deslocalização de empresas e de postos de trabalhos para países com mão de obra mais barata como é o caso da China e da Índia. Tudo para as grandes empresas defenderem os seus ganhos.
A queda do euro e do dólar e a pressão dos mercados fizeram com que os investidores e especuladores comprassem francos suíços, uma moeda estável e de refúgio.
O turismo será igualmente afectado, com a descida do euro torna-se agora mais caro fazer férias na montanha. Em suma, todos os sectores de exportação serão directamente afectados por esta crise global.
Curiosamente e depois de nos últimos anos ter dispensado milhares de trabalhadores, o sector da relojoaria de luxo está novamente a espevitar com encomendas vindas dos Estados Unidos da América, China e Médio Oriente.
Considero, neste momento, uma loucura alguns casos de portugueses que deixam os seus trabalhos fixos e estáveis em Portugal com ordenados de 700 a 900 euros por mês para tentar a sua sorte na Suiça, na esperança de encontrar um El Dorado, um mundo à parte. O certo é que a Suiça apesar de não pertencer à União Europeia está cada vez mais europeia e com isso sofre naturalmente as devidas consequências.
Na empresa onde trabalho o objectivo a curto prazo é encurtar pessoal, aguardam que alguns colaboradores fixos passem à reforma e vão colocando cada vez mais temporários. As agências de trabalho e as empresa lucram imenso dinheiro com esta situação. Os temporários trabalham em horários rotativos incertos e a pedido. Além de ser obrigatório por contrato ficar de serviço de permanência ao fim de semana com 30 minutos para chegar ao local de trabalho, sem receber nada por isso. É costume portanto receber um telefonema às 23 horas porque alguém adoeceu, não apareceu ou simplesmente desistiu do trabalho!
Num mês é perfeitamente normal trabalhar apenas umas horas ou no máximo uma semana. A agência recebe mais do dobro do valor que pagam ao trabalhador e poupa milhões ao pressionar que o trabalho seja feito em menos horas. Um trabalhador fixo recebe o mesmo salário todos os meses, mesmo que o trabalho termine 2 horas mais cedo, fica com horas positivas ou negativas que depois são utilizadas de acordo com a produção. O caso dos temporários é bem diferente. São pressionados a trabalhar bem e rápido, de outra forma são dispensados. Ao terminarem mais cedo recebem ordem para partir para casa não recebendo o dia por completo, apenas o número de horas que trabalham.
Mesmo que trabalhem melhor que os fixos os temporários não têm qualquer chance de entrarem nos quadros da empresa e muito pouca de ter a possibilidade de trabalharem a tempo inteiro por uma agência. E quem não aceitar não há problema pois todos os dias chegam centenas de pessoas dispostas a fazerem-no... até começarem e verem realmente como a indústria na Suiça é o sector que move e dinamiza este país.
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